Saúde um Direito de Todos

A saúde "é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante a políticas saciais e econômica que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário à ações e serviços para sua promoção, proteção e recumperação." conforme esta garantido e definido no Cap. II Dos Direitos Sociais, Art. 6º e Cap. II Da Seguridade Social, Seção II Da Saúde, Art. 196 da Constituição da República Federativa do Brasil.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Síndrome Cri Du Chat

Trata-se de uma doença genética extremamente rara a qual acelera o processo de envelhecimento cerca de sete vezes mais em relação à taxa normal.
A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos.
A Síndrome Cri-Du-Chat foi originalmente descrita em 1963 pelo Dr. Lejeune na França. Esta Síndrome recebe esse nome pelo fato de seus portadores possuírem um choro semelhante ao miado agudo de um gato. A síndrome é uma anomalia cromossômica, causada pela deleção parcial (quebra) do braço curto do cromossomo 5, apresentando um cariótipo 46, XX, 5p- e 46, XY, 5p-. Por isso é também chamada de síndrome 5 p - (menos). A estimativa é que esta síndrome afeta cerca de 1 em 50.000 casos de crianças nascidas no mundo, e 1% dos indivíduos com retardamento mental.
A Síndrome Cri-Du-Chat na maioria das vezes, não é herdada dos pais, aproximadamente em 85% dos casos resultam de novas deleções esporádicas, enquanto que 5% dos casos se originam secundariamente a uma segregação desigual de uma tranlocação parental. Esses casos são causados pela translocação equilibrada nos cromossomas de um dos pais ( material genético de um cromossoma que se uniu a outro). As pessoas com translocações equilibradas são perfeitamente normais porque nenhum material genético foi perdido, assim sendo, provavelmente não saberão que são portadores até que tenham uma criança afetada com CDC na família. 

Cariótipo 

Cariótipo normal

Cariótipo cri-du-chat



Sinais e Sintomas

Os recém-nascidos apresentam o choro fraco, semelhante ao miado do gato, por isso a denominação da Síndrome Cri du Chat, presente logo após o nascimento devido à alteração da laringe (laringomalácia = amolecimento da laringe). Ao nascimento esse sinal sugere a suspeita de Cri du Chat, auxiliando no diagnóstico.
  • Os recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascimento devido a um retardo de crescimento intra-uterino;
  • Microcefalia;
  • Face arredondada;
  • Hipertelorismo (aumento da distância entre os olhos);
  • Prega epicântica (presente no canto interno dos olhos);
  • Estrabismo;
  • Micrognatia (desenvolvimento reduzido da mandíbula);
  • Orelhas de baixa implantação (abaixo da linha do nariz);
  • Malformações dentárias (geralmente os dentes são projetados para frente devido a alterações no desenvolvimento crânio-facial);
  • Luxação de quadril;
  • Prega palmar transversal única;
  • Podem ocorrer problemas cardíacos e/ ou renais;
  • Pé torto congênito;
  • Hipotonia (tônus muscular diminuído), na maioria dos casos;
  • Apresentam freqüentemente dificuldades na alimentação, como pouca força para sugar, freqüente engasgo c/refluxo;
  • São bastante suscetíveis a infecções respiratórias e gastrintestinais;
  • Hipodesenvolvimento pondero-estatural (peso e estatura reduzidos);
  • Déficit cognitivo;
  • Dificuldade de concentração/atenção, agitação irritabilidade, sono agitado;
  • Atraso no desenvolvimento da aquisição da linguagem.
É fundamental deixar claro que nem todos os portadores de Cri du Chat terão todas essas características, elas dependerão da quantidade de estímulos motores e cognitivos que receberem e da quantidade de perda do material genético do braço curto do cromossomo 5.


Causa

Acredita-se que a Progéria possa ser uma doença autossômica, recessiva ou dominante. No caso de ser dominante, isso pode ocorrer devido a uma mutação genética nos gametas de um dos progenitores. Os casos em geral são esporádicos. Duas equipes de pesquisadores franceses e norte-americanos identificaram uma mutação no gene LMNA que codifica uma proteína, a Lamina A. Essa mutação torna o núcleo instável. No núcleo de células em crianças com Progéria foram detectadas alterações que levam à instabilidade e morte celular precoce, impedindo a regeneração dos tecidos. Também é possível que ocorra uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos telômeros que controlam o número de divisões nas células, e esse fenômeno é, em geral, evidenciado no envelhecimento progressivo patológico. No envelhecimento progressivo normal e também no patológico, o encurtamento do telômero a cada divisão celular atuaria como uma contagem e um sinal do número de divisões celulares e, indiretamente, da duração da vida. 

Tratamento

É fundamental que os portadores de Cri du Chat sejam estimulados o mais precocemente possível, para desenvolver suas potencialidades. Através da estimulação precoce é possível aprimorar as funções mentais como as ligadas à percepção, memória aprendizagem, linguagem, pensamento e funções motoras, desde que devidamente estimuladas. A anormalidade cromossômica não tem cura até o momento, assim, o tratamento só pode ajudar as crianças a se desenvolverem o melhor possível.
A intervenção dos fonoaudiólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, quando contínuas e não tardias, é de grande necessidade e ajuda.  Dependendo onde a pessoa com a síndrome reside e os recursos que possui, há berçários especiais ou programas de intervenção em casa na maioria das regiões (tratando-se do mundo como um todo). Para algumas crianças, as drogas tem sido de grande auxílio, para problemas relacionados com o sono e para controlar seus comportamentos. Uma vasta gama de crianças frequentam escolas especiais, por outro lado, outras tem um suporte especial domiciliar. 

Diagnóstico 

O diagnóstico da progéria é fundamentalmente clínico e realizado nas crianças que apresentam os sinais iniciais da doença entre o primeiro e o segundo ano de vida. Não existe atualmente nenhum exame que certifica o diagnóstico de progeria. Os portadores da progéria não apresentam retardo mental. 

Características fenotípicas 

Artrose baixa estatura ou nanismo, cabelo rarefeito ou ausente (generalizado), clavícula ausente ou anormal, dificuldades na alimentação no lactente, envelhecimento prematuro, erupção tardia dos dentes, face estreita, fenótipo emagrecido, hipoplasia terminal dos dedos. 

Fontes: Cola da Web, Portal du Chat e Ghente.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Notícias da Saúde

Pacientes com DPOC têm maior risco de dispnéia durante viagens aéreas

  A pressão reduzida em aeronaves pode causar hipoxemia grave e insuficiência respiratória em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Um estudo publicado na revista Respiratory Medicine determinou a prevalência de sintomas durante o voo em pacientes com DPOC e indivíduos não portadores de DPOC, e avaliou a associação entre esses sintomas e as variáveis pré voo.
391 pacientes com DPOC e 184 indivíduos não portadores de DPOC participaram do estudo. 54% dos pacientes com DPOC tinham viajado de avião nos últimos dois anos. Sintomas relacionados com hipóxia durante a viagem aérea foram experimentados por 25% dos pacientes com DPOC e 9% dos indivíduos sem DPOC (p <0,001). Após ajuste para tabagismo, idade e sexo, a odds ratio para pacientes com DPOC experimentarem dispneia foi de 6,6 (IC 95% 2,5 a 17,3, p <0,001) em comparação com indivíduos sem DPOC. Nos pacientes com DPOC, a dispneia no voo foi fortemente associada à pontuação na escala de dispneia do Medical Research Council (MRC) pré-voo (p <0,001).
Os dados mostraram que pacientes com DPOC têm um risco significativamente aumentado de dispneia no voo em comparação com indivíduos sem DPOC. Em pacientes com DPOC, estes sintomas foram fortemente associados ao escore de dispnéia MRC pré-voo.

Fonte: Respiratory Medicine, Volume 105, Issue 1, 2011, Pages 50-56

Deficiência de vitamina D aumenta o risco de vaginose bacteriana em grávidas
Dados recentes sugerem que a deficiência de vitamina D (DVD) é associada a vaginose bacteriana (VB) durante a gravidez. Um estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology analisou se a DVD é um fator de risco para VB em mulheres não grávidas. DVD foi associada com VB apenas em mulheres grávidas (OR 2,87 IC 95% 1,13 a 7,28). Entre as mulheres não grávidas, duchas higiênicas (OR, 1,72 IC 95% 1,25 a 2,37), tabagismo (OR 1,66 IC 95% 1,23 a 2,24) e raça negra (OR 2,41 IC 95% 1,67 a 3,47) foram associados com VB; uso de contraceptivos orais foi inversamente associado com o VB (OR 0,60 IC 95% 0,40 a 0,90). DVD moderou a associação entre o tabagismo e a VB em mulheres não grávidas. Concluiu-se que os fatores de risco para VB diferem pelo estado de gravidez. DVD foi um fator de risco modificável para a VB entre as mulheres grávidas. A avaliação da suplementação de vitamina D para prevenção ou terapia adjuvante da VB na gravidez é autorizada.

Fonte: American Journal of Obstetrics and Gynecology, Volume 204, Issue 1, 2011, Pages 411-419

Distúrbios do sono em adolescentes são associados a comorbidades psicológicas
Um estudo realizado na University of Western Ontario analisou a contribuição dos problemas de sono e cansaço dos adolescentes para os sintomas psicológicos. Participaram do estudo 980 adolescentes sem doenças crônicas, limitação funcional ou atraso no desenvolvimento. Os pesadelos foram associados com a ansiedade e depressão. Dormir mais do que outros foi associado com a agressividade, problemas para dormir foram associados com problemas de atenção, ansiedade e depressão e o cansaço foi associado com a agressividade. Os autores concluíram que os estudos que examinam a relação entre o sono e psicopatologias devem levar em conta as comorbidades psicológicas. 

Fonte: Journal of Pediatric Psychology, Volume 36, Issue 1, 2011, Pages 25-35

A suplementação com vitamina A diminui a mortalidade em crianças menores de 5 anos
A Deficiência de vitamina A (DVA) é um importante problema de saúde pública em países de renda baixa e média, afetando 190 milhões de crianças menores de 5 anos. A DVA pode levar a muitas consequências adversas, incluindo a morte. Um estudo realizado pela Cochrane Reviews avaliou o efeito da suplementação de vitamina A (SVA) para a prevenção de morbidade e mortalidade em crianças com idade entre 6 meses e 5 anos. 43 estudos envolvendo 215.633 crianças foram incluídos. No seguimento, houve uma redução de 24% no risco de mortalidade por qualquer causa para a vitamina A comparada com o controle (RR 0,76 IC 95% 0,69 a 0,83). Não houve efeito significativo da SVA na mortalidade por sarampo, doenças respiratórias e meningite. A SVA reduziu a incidência de diarreia (RR 0,85 IC 95% 0,82 a 0,87) e de morbidade por sarampo (RR 0,50 IC 95% 0,37 a 0,67), no entanto, não houve efeito significativo na incidência de doenças respiratórias e internações por diarreia ou pneumonia. Os autores concluíram que a SVA é eficaz na redução dos índices de mortalidade e recomendaram a suplementação universal em crianças menores de 5 anos em áreas de risco de DVA. 

Fonte: Cochrane Reviews, Issue 12, 2010

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Síndrome de Cushing


Conceito

A Síndrome de Gushing define como conjunto de sinais e sintomas decorrentes da hipercortisolemia.

A Síndrome de Cushing resulta da hipersecreção continua de cortisol endógeno. Clínicamente encontramos fraqueza da musculatura proximal, osteoporose, equimoses espontâneas e hipocalcemia. Outros achados menos específicos são: obesidade centrípeta (abdominal), membros “finos”, gibosidade, pletora, leucocitose, estrias violáceas e hirsutismo (pelos no rosto).

A síndrome de Cushing pode ser causada por:

1. Neoplasias adrenais secretoras de cortisol.

2. Doença de Cushing – hipercortisolismo secundário a hipersecreção de ACTH hipofisário.

3. Devido a secreção ectópica de ACTH.

 As principais complicações cardiovasculares da Síndrome de Cushing são: hipertensão arterial sistêmica, acidentes vasculares cerebrais, hipertrofia ventricular esquerda e insuficiência cardíaca congestiva.

 Sinais e sintomas

Os principais sintomas são o aumento de peso, com a gordura se depositando no tronco e no pescoço, preenchendo a região acima da clavícula e a parte detrás do pescoço, local onde se forma um importante acúmulo denominado de "giba". A gordura também se deposita no rosto, na região malar ("maçãs do rosto"), onde a pele fica também avermelhada, formando-se uma face que é conhecida como de "lua-cheia". Ocorre também afilamento dos braços e das pernas com diminuição da musculatura, e, conseqüente, fraqueza muscular que se manifesta principalmente quando o paciente caminha ou sobe escadas. A pele vai se tornando fina e frágil, fazendo com que surjam hematomas sem o paciente notar que bateu ou contundiu o local. Sintomas gerais como fraqueza, cansaço fácil, nervosismo, insônia e labilidade emocional também podem ocorrer. Nas mulheres são muito freqüentes as alterações menstruais e o surgimento de pêlos corporais na face, no tórax, abdômen e nos braços e pernas. Como grande parte dos pacientes desenvolve hipertensão arterial e diabetes, podem surgir sintomas associados ao aumento da glicose e da pressão arterial tais como dor de cabeça, sede exagerada, aumento do volume urinário, aumento do apetite e visão borrada. Quando ocorre aumento importante dos pêlos, pode ocorrer também o surgimento de espinhas (acne) na face e no tronco, e nas mulheres pode surgir mudança na voz, queda do cabelo semelhante a calvície masculina e diminuição das mamas. Esses sintomas se associam com tumores de supra-renal.
No abdômen e no tórax podem ser observadas estrias de cor avermelhada e violeta, algumas vezes com vários centímetros de largura. Algumas pessoas apresentam também colelitíase (pedras na vesícula) e conseqüentemente cólica. A osteoporose é freqüente, provocando dores na coluna e às vezes fraturas nos braços, pernas e na coluna, nos casos de uso continuo por um longo periodo pode tambem apresentar raias de vasos sanguineos na pele, sendo mais visivel no rosto.

 Diagnostico

A suspeita do médico deve ocorrer em todo o paciente que apresenta obesidade localizada associada a hipertensão arterial e diabetes, além dos pacientes com o quadro bastante característico, como o descrito acima. A partir da suspeita deve ser solicitada a dosagem de cortisol às 8 horas da manhã, após a administração de dexametasona 1mg às 23 horas da noite anterior (teste de triagem). Se esse exame se mostrar alterado, deve ser realizada uma investigação mais detalhada e serem realizados exames de imagem das supra-renais e da hipófise (tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética).

 Tratamento

Nos casos decorrentes do uso de cortisona, a mesma deve ser suspensa lentamente, inicialmente trocando o medicamento por uma forma mais semelhante a natural (prednisona ou hidrocortisona) e em doses semelhantes àquelas que existem no organismo normal. Depois de algum tempo (semanas), o medicamento deve ser diminuído gradativamente até ser suspenso. Se o paciente sentir a tentativa de retirada da medicação, a dose deve ser mantida o mais próxima da considerada normal e depois de algum tempo tentada nova retirada.

Os pacientes que têm a doença decorrente de tumores de supra-renal e de hipófise, devem ser submetidos a cirurgia de retirada destes tumores. Para esses procedimentos os pacientes devem ser adequadamente avaliados, e necessitam de cuidados médicos especializados.


 Fonte:
Cardoso GP, Carvalho MC, Maia MGCM, Fonseca RCV – Síndrome de Cushing. Atualização. Ars Cvrandi, 1988;21(6):104-108.